sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Tragédia da Vida Moderna

Romeu entra armado com um revólver calibre 32 no apartamento da ex-namorada e a faz refém com mais três amigos. Eis o desfecho de nosso romance mais verdadeiro.
Do outro lado da rua, a mão de Julieta desmaia de tanto pavor e medo. É a história de um amor moderno para tempos modernos.
Julieta se apaixona desde muito jovem pelo belo Romeu, rapaz simples de uma bela cidade brasileira, atormentado apenas pelo fluxo intenso característico das grandes metrópoles. Aqui, nada de conflitos entre duas famílias tradicionais, somente a realidade comum dos nossos jovens apaixonados.
Nossas personagens não moram em castelos encantados, mas em apartamentos fechados, que dividem com vários conhecidos de prédio, não de nomes.
Sentem na pele as aflições de um trânsito congestionado, da poluição, da necessidade capitalista de se viver e uma cidade, e nem estavam determinados a viverem juntos para sempre. Os novos amantes não cumprem votos de fidelidade, amam em um dia, no outro esquecem.
São amantes que pagam impostos, andam de ônibus -metrô talvez- gostam de cinema e pipoca, e no final de um dia cansativo de trabalho ligam a TV para contemplarem a ilusão que é suas vidas.
Talvez ninguém acreditasse no desfecho que teve esse amor, mas a tragédia não fugiu ao destino, pois o certo é que Romeu, enfurecido pelo abandono, acertou Julieta com um tiro de revólver. Infelizmente ela não resistiu ao ferimento e morreu. Foi sepultada numa tarde de domingo, somente lágrimas e rosas ficaram sobre a terra.
Romeu está detido e aguarda julgamento. Condenado, poderá ser preso, mas em um ano e meio talvez algum decreto permita pena em regime semi-aberto, então viverá todos os dias que lhe restam de vida sem nenhum peso na consciência.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O riso se apagou..

O aluno bateu na porta, pediu licença e entrou atrasado para a aula. Ele sentou em uma das cadeiras na primeira fila. Os risinhos começaram.
Algumas pessoas na frente cochichavam baixinho ou trocavam bilhetinhos e cotoveladas. No meio da sala eles já eram menos acanhados, sorriam meio calados e apontavam para o aluno estranho que acabara de entrar. Já a galera do “fundão” se manifestava expressamente, sorriam em gargalhadas e faziam suas piadas sem graça. Ou seja, o atrasado era o bobo da sala.
Sempre que levantava a mão; professor, tenho uma dúvida.... A festa começava. A turma ria em coro, sem ligarem para a ética diante dos amigos.
Levantava a mão outra vez; Professor gostaria de comentar esse assunto... E era outra festa.
Na verdade, ele talvez nunca tenha percebido que era o palhaço da turma, ou talvez soubesse desde sempre e fingia não saber. Não ligava muito para nós, reles mortais que se importavam mais com a vida alheia que com as nossas.
Certa vez a turma soube que ele estava com problemas, mas não o pouparam das brincadeiras. Fizeram de seus males os risos da semana.
Acho que ele morava só; não tinha namorada, e nunca se juntava com nós, para qualquer tipo de evento.
Era sempre solitário. Sempre calado.
Em uma sexta-feira, durante a aula, ele não disse nada, não falou com ninguém, não perguntou nada ao professor, simplesmente entrou e saiu sem dar o menor sinal de sua presença.
Na semana seguinte ele faltou à segunda-feira. Na terça, idem.
Quarta, o inspetor entrou calmo e rasteiro para dar um recado à turma. Disse secamente:
- infelizmente, o aluno, ............., sofreu um acidentem no sábado de madrugada e não resistiu aos ferimentos. Morreu a caminho do hospital. (continuou)
- Segundo o laudo da perícia, ele estava embriagado quando invadiu uma preferencial e foi atingido por um carro. O corpo foi enterrado domingo à tarde.
Ninguém disse nada, todos ficaram pensativos. Nessa semana a turma não foi feliz, não houve risos.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Afogando Idéias

É, quem quiser chorar muito e entrar em deprê....está marcado. Dia 31/10 show do Marcela Camelo e sus lamentações. Estamos todos convidados para essa lágrimas...

Carta de um Suicida

Acordei um pouco amargurado essa manhã, pois todos os acontecimentos até então ocorridos na minha vida me levam a crer que sou ninguém. Ontem perdi um amigo, e várias outras coisas. Só quem perdeu fui eu. Mas agora vou esclarecer alguns pontos, para tentar compreender as atribulações da minha vida.
Não lembro (com muita tristeza) das fases da minha infância. Meus pais quando querem recordar essa fase apenas sorriem. De tristeza, gratidão, alívio, saudade, não sei... O importante é o gesto. Quando quero saber das minhas derrotas, eles choram de tristeza, dor ou gratidão, pois tudo foi superado, tudo ficou guardado em algum lugar no pretérito. Recordo que já fui igual aos outros apenas uma vez na vida. Quando senti as mesmas necessidades de alguém, pois é só nesse momento que somos iguais, nas horas de desespero, da morte, das doenças, quando somos humanos frágeis.
E o que posso dizer das pessoas que estiveram ao meu redor todo esse tempo... Mentiram, sorriram, choraram, enfim, diversos momentos perdidos na lembrança. Mas apesar de tudo fico feliz, todas eles cumpriram seu papel de chegarem e irem rapidamente. Isso é a vida. É conhecer o desconhecido, ama-lo profundamente e depois deixa-lo ir. É o curso natural de toda existência. Uma vez chorei pela perda de alguém, e lembro de ter escutado uma voz me pedindo para não desperdiçar todas as minhas lágrimas e angústias, pois esse não seria o primeiro e nem o último momento de perda da minha existência.
Hoje sou grande indefinido; meio bobo e meio adulto, já perdoei e já fui compreendido. Sou alguém que odeia violência, mas que gostaria de bater nos meus medos. Não entendo nada do que os outros dizem, acredito não ser entendido também. Mas tento viver naturalmente, nada melhor que um dia depois do outro, nada melhor que sentir a própria existência.
Nessa manhã acordei um pouco amargurado, mas antes de cometer suicídio, passei pela sala e vi o grande espelho na moldura. Olhei profundamente e fiz todas essas reflexões, sentindo a história da minha vida que passava num desses momentos que antecede a morte. Sou dependente de mim, sou preso a todos que cercam, e as necessidades da vida me fazem de instrumento para a vida dos outros. Bem, voltei para a cozinha e tomei meu café...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Hora certa...

Quando surgem os primeiros raios de sol não sei dizer se é um dia que vem ou manchas de sangue da guerra dos Deuses da noite. Más, na verdade, não existe noite, somente descanso para o corpo e liberdade para a alma (sonhos talvez), mesmo que as torrentes e atribulações venham inquietar minhas mãos. Um cigarro ou trago a mais, não salvam meus pressentimentos da vida, das incertezas, ou coisas que por ventura irei fazer. O melhor é, no momento, não pensar em nada...
A vizinha chora porque o vizinho não quer mais sua companhia. Um pedido de socorro se propaga no silêncio da noite - uma criança sofrendo dos maus da insônia. Talvez um colo possa acalentar esse espírito jovem, mas já tão perturbado pelas necessidades.
Nada é suficiente par essa noite.
Imagino o que pode ter acontecido no outro lado do mundo. Uma catástrofe, um amor vivido intensamente...
Será que aqui as coisas são iguais?
Será que um amor não pode virar uma catástrofe?
Resolvo tentar dormir por alguns segundos. Não dá.....
Melhor é caminhar pelas ruas da cidade.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Passando a Régua

Tá certo, eu confesso... Não sei mentir.
Más, bem que eu tento....

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Dúvidas

Criando contas na internet, e surge uma dúvida:

Serei eu mesmo?..... Ou outra personalidade?.....

Desligo o computador. Entro na vida real.

A dúvida persiste.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Ilusão

Não sinto o verdadeiro sentido no sentir;
Não vejo meu verdadeiro ser.
Estou só, sou só, estou absorto.
Sou único em meio a tantos; tantos problemas, tantos deveres, a toda realidade de pessoas caminhando despreocupadas no trânsito de confusões.
Estou absorvido na inércia...
Minha vida é toda vida que posso imitar. É uma simulação de coisas belas e perfeitas.
Meu mundo são imagens de outro mundo; estranho, fascinante e colorido.
Tudo são imagens da minha TV.

sábado, 13 de setembro de 2008

A Volta

Um olhar profundo revela o segredo da alma.
Um beijo revela um sentimento do mundo.
A distância entre nós revela, no momento presente, um sentimento ausente.
A saudade é a dor mais difícil de suportar; o amor, qualquer coisa que se queira viver.
O mundo pode ser outro em qualquer lugar.
Uma lembrança, uma sombra, uma evidência: um momento livre de qualquer encanto.
Um passo a frente, uma vida para trás de coisas esquecidas.
A certeza, é que voltará sempre na força de um destino.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Conversa de Pai para filho

Canal 10, Record. A imagem: traficante passeando numa favela em São Paulo, empunhando uma arma como se fosse um brinquedo de criança.
A primeira frase que alguém poderia dizer é: que absurdo.....!!!

Meu pai explode com esse tipo de atitude. Como um cidadão normal, ele não se conforma em ver alguém que não é da “lei”, brincar de segurança. O traficante em questão era um vigia de um morro de uma das favelas em São Paulo.
O bate-boca entra em cena: meu pai acha que se meterem a borracha (taca, pisa, pea, sorva, etc....) neles o problema se resolve (creio que ele pense assim por causa de sua formação militar. Ainda bem que ele não é presidente da república). Mas as opiniões divergem.
O problema existe porque aceitamos isso. Quando a população se submete à proteção de traficantes não vejo alternativa se não me acomodar, e não me culpo por isso, acredito em soluções imediatas até que com outras medidas se resolva tudo de vez, mas se as pessoas competentes para tal não o fazem me apego ao meu próximo capaz de me dar proteção. Isso lembra o escorpião no deserto, mas isso é uma outra história, então voltemos.
Questiono meu pai sobre a eficácia do exercito (seu escudo de proteção e justiça): Todas as vezes que o exercito faz uma apreensão em favelas, as armas utilizadas pelos traficantes são de uso exclusivo das forças armadas. É isso que empata uma sociedade de viver sem corrupção. A polícia prefere ser pacífica, que por em risco as vidas de pessoas inocentes.
Então existe alguma coisa errada, ou com a polícia, ou políticos, ou exército, ou todos. A solução é rezamos para não fartarem traficantes.

domingo, 27 de julho de 2008

Morte

Ah!!! Eu poderia te matar agora e me livrar de suas visitas serenas e nojentas.
Mas, senhora Barata, saiba que o pior é estar sempre a ser seguida pelo caçador.....

sábado, 12 de julho de 2008

POEMA NOVO

O Bingo....


O, 19...

B, 23.....

I, 60...

G, 6...

N, 45...


Bati!!!!!!!!!

Lembranças de infância 1

Enquanto mamãe conversava com suas amigas na sala, eu chego e digo assustado:
"mãe,mãe... acho que vi a vizinha banhando nua no quintal...
acho que ela me chamou....."

Mamãe, juntamente com suas amigas, enchem a sala de gargalhadas e , ao final, com toques leves na minha cabeça diz:
Eita menino pra inventar coisa...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Na Esquina da 24 de Janeiro

Meu amigo no banco do passageiro toca meu ombro e diz eufórico:
Uau!!!! Voçê viu que gata, voçê viu ELA, voçê viu ELA...
Silenciosamente eu penso: Será?????

Singularidade

Ah!!! Olha só a maravilha que passa, sozinha, na margem da pista.
É bela? Sim....
Uma beleza pra lá, um sorriso pra cá.
Farseira não.....Toda.

Eis que um carro atira-lhe (sem a culpa aqui registrada) restos de uma possa de lama. Ela como num passo de mágica transforma-se, transfigura-se e escorre no esgoto do bueiro.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Última Canção


Eis que se ouve ao longe o cantar do pássaro. Seu pio fino e macio, sereno, de uma solidão sem fim, é digno de uma manhã que sai. Ó pobre pássaro que canta, talvez, a censura de suas asas, pois, sua casa é feita de grades e sua vida é feita de graças, ou, a dor do amor que nunca teve, cante que os males espanta. Seu “dono” aparece, às vezes, e canta e pia também, serve sua comida e fecha sua vida definitivamente. Todos os dias são assim, a mesma casa, a mesma música, a mesma Tristeza e o passarinho vai ficando velho e suas penas vão caindo. As horas vão voando como uma ironia do destino....... Seus víveres vão para o sul como sempre se fez sua vontade seu desejo incontido.
Um belo dia, a comido estando prestes a entrar na cabana, sua porta se abre num descuido do dono. Ele observa com atenção a janela da vida que se forma imaginando ali sua liberdade. Antes mesmo que o dono percebesse o passarinho sai, e foge com todo velocidade que suas asas podem bater, e voa,voa, voa, voa e táaaa.... ouve um estalo seco de uma espingarda e sente uma pressão quente e amarga de chumbo que corta seu peito e divide seu coração em pedaços. Ele sente o tempo girar e cai, na certeza de que mesmo pequeno a morte não é humilde, e conclui: quem me dera não ter nascido.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ainda existe gente careta!!!

Depois de quase 6 anos de amizade, hoje, um laço se desfez na minha vida. Na minha opinião sem muitas perdas.

Estávamos conversando, coisas sem muito propósito, um amigo e eu, quando do outro lado da rua passa um homossexual. Para pessoas acostumadas com o estilo de vida moderna que nem nossa sociedade atual, e, com a constante quebra de barreiras preconceituosas sobre pessoas que decidem viver da maneira que acharem melhor, pessoas que passam a viver uma vida em paz com seu interior, talvez de uma vida cheia de incertezas,isso não seria de nenhuma novidade ou espanto, ou seja lá o que for que gere preconceito.

O meu amigo olha para mim e pergunta:

- E aí, o que é que voçê acha? Ela/Ele (risadinhas) não deveria criar vergonha na cara?

EU:

- Não acho nada. Na verdade, eu até acho, que seu comentário é um tanto infantil para alguém de tamanho esclarecimento.

AMIGO:

- (novas risadas) Mas observa bem e me diz: que desgosto esse pai têm?

EU:

- Não, me responda voçê: o que voçê tem para se achar melhor do que ele?

A : - Não me acho melhor, mas pelo menos sou homem.

EU: Se acha sim. Porque todas as vezes que alguem julga os outros pela aparência é porque voçê se acha melhor.

A : Rapaz (mais risadas), ele está quebrando uma lei natural da vida. O Homem nasceu para ser homem e pronto.

EU: - É uma pena que voçê fale em lei natural da vida, pois não sei se isso realmente existe em um mundo de leis que são quebradas para que a cada dia se viva melhor, para que se viva sem restrições, com total liberdade de escolha. E lhe digo mais, enquanto aquela pessoa passa do outro lado da rua e não observa voçê com atenção e preconceito, pelo simples fato de voçê ser de cor, porquê voçê é negro e isso ninguém pode mudar, ela deixa de ter um defeito que voçê tem, o preconceito, que na minha opinião é o erro da humanidade. Isso meu amigo faz de voçê, não igual, porquê é negro e sofre preconceito, mas alguém pior, muito pior.


Com todas as desculpas.... tente olhar para si mesmo.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Perspectiva sobre a beleza: o narcisismo e a mídia

Perspectiva sobre a beleza: o narcisismo e a mídia


Antes de falarmos sobre o que muitos hoje chamam de ditadura da beleza, seria interessante fazermos uma breve reflexão introdutória sobre o tema. Quando falamos do “belo” geralmente o associamos ao “bom” e este, por sua vez, a algo que nos agrada. Partindo deste pressuposto, aquilo que nos é agradável seria, portanto, desejado por todos nós. No entanto esquecemos que o “belo” continuará a sê-lo, mesmo que não nos pertença.
O caráter da beleza que gostaríamos de analisar nesse artigo difere daquele relacionado à história da arte. Ao utilizarmos o termo narcisismo como referência à nossa reflexão, nos aproximamos do conceito de beleza - em uma manifestação mais radical - voltada ao sujeito (indivíduo) e as eventuais distorções que esta pode causar em seu comportamento ou condição psicológica. Enquanto a beleza da arte continua voltada para uma visão mais contemplativa, a mídia surge como agente primordial para os novos rumos desse “novo” narcisismo presente na sociedade de consumo.
Através de um recorte específico desses temas (narcisismo e ditadura da beleza) nos séculos XX e XXI, podemos encontrar certa ruptura no modo de ver o “belo”. Ao compararmos a beleza de vanguarda ou provocação com a beleza de consumo, observamos que, enquanto uma nova proposta de contemplação que dispensa as formas harmônicas surgia através de trabalhos de pintores como Pablo Picasso, do outro lado assistimos a uma grande espetacularização da beleza difundida pelos mass media com objetivos meramente comerciais, sob o olhar da indústria cultural.
Apesar de muitos especialistas (sociólogos, antropólogos, psicólogos) já incluírem o público masculino, o chamado metrosexual, como novos atores dessa ditadura da beleza, trataremos em nossa análise uma perspectiva voltada mais para o público feminino. De acordo com o sociólogo Edgard Morin, vivenciamos na primeira metade do século XX uma promoção de valores femininos ligados a questões como moda, narrativas romanescas, fenômeno das cover-girls e o aparecimento da imprensa sentimental. Incentivados principalmente pelas revistas, TV e cinema, a mulher aos poucos assumiu um duplo papel frente ao público: o de modelo identificador, do lado feminino e o de objeto de desejo do lado masculino. Essa grande exposição da mulher aos meios de comunicação acabou por enaltecer não somente seu tipo físico ideal (cabelo, altura, corpo) como também atributos específicos ao mesmo (cosméticos, roupas, enfeites). Em nosso trabalho não estamos desconsiderando os modelos ideais existentes anteriores ao século XX, mas estamos apenas reforçando o papel da mídia na colaboração da construção desses novos modelos.
Uma preocupação exagerada com a aparência pode gerar não somente alterações comportamentais em direção a esta procura pela aparência ideal, como também alguns distúrbios eventualmente percebidos como ansiedade, depressão, anorexia, bulimia, entre outros. Esse pensamento “corpocêntrico”, que faz com que as pessoas imaginem um corpo sem rugas, sem estrias, com um tamanho ideal de quadril, seios e peso sob medida, ganhou ainda mais adeptos, incentivados pela nova onda de cirurgias plásticas que prezam pelos resultados rápidos, bem ao ritmo de uma sociedade como a nossa.
Dessa forma, voltamos ao conceito de narcisismo em busca do olhar psicanalítico sobre tais “problemas”. Segundo Alexander Lowen, o narcisismo “indica uma perturbação da personalidade caracterizada por um investimento exagerado na imagem da própria pessoa à custa do eu”. O indivíduo narcisista é aquele que perde o contato com seu “ser” - seu corpo e seus sentidos - e encontra-se alienado quanto ao mundo exterior. É importante ressaltar que a cultura promove valores que dão base ao nosso modo de agir e ver o mundo. Quando relacionamos o narcisismo ao sujeito devemos relacioná-lo também à perspectiva cultural. Nesse caso, estamos relacionando as características do narcisismo (a valorização da imagem que procuram apresentar, o apreço material) ao indivíduo que busca esse ideal de beleza.
A partir dessa busca desenfreada por uma imagem idealizada, o indivíduo busca reconhecimento no outro, ou seja, o seu “eu” não se reconhece enquanto tal, senão através de sua imagem idealizada por outro. Segundo Paul Schilder, “nossa própria beleza não contará apenas com a imagem que temos de nós mesmos, mas também, com a que os outros constroem a nosso respeito, à qual tomaremos de volta. A imagem corporal é o resultado da vida social que temos”.
De acordo com Sigmund Freud, a única certeza que poderíamos afirmar acerca da beleza é a sua ligação com as características do objeto sexual. Para ele a beleza da figura humana tem uma relação direta com a sexualidade. Essa característica descrita por Freud, em parte, se confirma pela atual abordagem da mídia sobre determinados temas. As novelas, a indústria musical, o cinema e a imprensa marrom trabalham voltados para uma linha mais apelativa, salvo algumas exceções. No caso das novelas, apenas para citar um exemplo concreto, o enredo é trabalhado dentro de uma visão de mundo que retrata algo inimaginável para um indivíduo das classes D e E. Desde as inúmeras situações representadas (viagens ao exterior, moradias luxuosas) até as características físicas especificas a alguns personagens, o imaginário do telespectador atua de forma ativa, em caráter de identificação com aquele ideal encenado ou através do simples desejo projetado. São fatores como esses, alimentados ainda pelo marketing, que transformam essas vedetes da mídia (os olimpianos) em “acontecimentos” dignos da mesma importância de uma decisão política ou econômica.
A partir de um quadro de perda de si mesmo, diante de uma imagem fomentada por outros (em maior grau pela mídia), o individuo se apresenta ao tratamento clínico com um quadro de incompreensão em relação ao seu “eu”. A análise deverá se basear no restabelecimento do contato do individuo com seu próprio corpo a fim de reaver sentimentos reprimidos e ou transformados em mecanismos de defesa como eventuais projeções. A terapia está calcada na compreensão por parte do psicanalista, a fim de conhecer a história de seu paciente.
Quando falamos dessa ditadura da beleza é necessário destacar o lugar em que se encontram as classes mais inferiores nesse processo. Composta por um público que busca informação e entretenimento principalmente na TV, essa massa segue religiosamente alguns costumes impostos por esse veiculo desde a cor do cabelo da mocinha da novela das 8 até o figurino e as gírias mais marcantes. Segundo Adorno e Horkheimer,“os consumidores são os trabalhadores e os empregados, os lavradores e os pequenos burgueses. A produção capitalista os mantém tão bem presos em corpo e alma que eles sucumbem sem resistência ao que lhes é oferecido. Assim como os dominados sempre levaram mais a sério do que os dominadores a moral que deles recebiam. Hoje em dia as massas logradas sucumbem mais facilmente ao mito do sucesso do que os bem - sucedidos. Elas têm os desejos deles.Obstinadamente, insistem na ideologia que as escraviza”.
Obviamente que a terapia não é algo que está ao alcance de todos. Já a exposição dos modelos ideais de beleza é totalmente “democrática”.





BIBLIOGRAFIA


ADORNO, T. e HORKHEIMER, M.“Indústria Cultural: O Esclarecimento como Mistificação das Massas”. In Dialética do Esclarecimento. Rio: Jorge Zahar,1985;

LOWEN, Alexander. Narcisismo: negação do verdadeiro self. São Paulo: Editora Cultrix, 1983

MORIN, Edgard. Cultura de Massas do Século XX, volume 1: Neurose. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2005.

SCHILDER, P. A Imagem do Corpo: as energias construtivas da psique. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Arte e Sociedade

Arte e Sociedade

Arte e cultura são elementos presentes em todos os níveis e tempos de uma sociedade; a exemplo, as primeiras estruturas sociais que se formaram na Pré-História se valiam das artes para representar momentos de sua vida. Eram representações do seu cotidiano, de seus costumes religiosos e de suas relações nessa comunidade em formação. Essa mesma Arte pode ser entendida a partir da evolução dessas mesmas estruturas sociais quando acompanham sua evolução e se classificam, em estilos, de acordo com períodos marcados por características específicas ou décadas. Nesse sentido a Arte, mais precisamente o “artesanato” (Todo trabalho manual de confecção de produtos onde mais de 80% da peça foi fruto da transformação da matéria prima pelo Homem) marcou o surgimento e desenvolvimento do Bairro Poti Velho em Teresina. Assim como em tempos remotos, essa arte refletiu, e ainda reflete as relações sociais e culturais existentes no meio onde se desenvolve o artesanato.

Surgimento, Produção e Desenvolvimento.

Falar em artesanato em Teresina nos remete ao surgimento do bairro Poti Velho, antes conhecido como barra do Poti a partir de 1832 foi elevada à categoria de vila. Essa vila já registrava nesse período um elevado crescimento populacional se transformando num dos maiores centros comerciais da região tendo nas peças artesanais um dos produtos desse comércio. Essa produção se iniciou quando da vinda dos primeiros moradores, especialmente do maranhão, que trouxeram as técnicas de produção necessárias para se desenvolver essa arte em Teresina. Com uma crescente produção desse trabalho artesanal, que servia como meio de se ganhar a vida de um grupo ainda restrito de pessoas em uma tão jovem e pequena vila, esse tipo de Arte foi se desenvolvendo e outras pessoas passaram a produzir as peças para garantir seus sustentos.
Durante muito tempo essa atividade ficou ao esquecimento da grande maioria da população. O trabalho Artesanal era feito nas residências dos próprios moradores que utilizaram a matéria prima, em especial a argila extraída na própria região e areia.
As casas eram feitas de barro e coberta com palha e no interior dessas residências tinha o torno que é um dos instrumentos de trabalho e o forno utilizado para ferver as peças, os moradores eram responsáveis pela confecção das peças assim como sua comercialização.
Segundo Raimunda Teixeira da Silva, presidente da cooperativa de artesanato do Poti velho (Cooperart Poti), a principal causa para o fortalecimento desses trabalhos, no sentido de se criar uma identidade cultural na confecção das peças, partiu dos próprios moradores da região quando viram a necessidade de uma Organização do Grupo. Posteriormente buscaram alternativas para expansão da produção das peças como apoio governamental. Raimundinha, como é conhecida, e que também é artesã, diz que o trabalho é dividido em 27 lojas de produção, onde são divididos em lojas de comercialização e o setor de produção de maior parte familiar, além disso, existe a associação que atende as 27 lojas do pólo, gerando empregos indiretos e renda para essas famílias. “O trabalho, de certa forma, é individual. Cada artesão é responsável pela sua produção, compra de matéria prima e comercialização”. “A associação dá o apoio em termo de organização do grupo, realização de capacitação”, frisou Raimundinha.
Um outro fator que contribuiu para o desenvolvimento da produção foi às diversas parcerias entre a associação dos artesãos do Poti Velho e o centro de capacitação (centro de aperfeiçoamento e produção de peças) com os órgãos governamentais como governo do Estado e Prefeitura, assim como centros de apoio à produção artesanal no Piauí como o Prodart (programa de artesanato no Piauí) e o Sebrae-PI (Serviço de apoio à micro e pequenas empresas do Piauí) e a fundação Banco do Brasil, além da criação de uma estação digital que vai oferecer mini-cursos e servirá de fonte de pesquisa para a própria comunidade beneficiando não só o artesão como a comunidade em geral.


Peças, comercialização e divulgação.

Ainda segundo Raimunda Teixeira a comercialização é feita no próprio pólo de produção e nas feiras dentro e fora do estado. “No pólo de produção temos a associação e a cooperativa, a associação envolve as 27 lojas do pólo e a cooperativa com o grupo de mulheres, nas feiras a associação colhe o material e quem tem peças disponíveis e o grupo de pessoas que vai fazer a divulgação. Já a cooperativa comercializa todas as peças numa só loja aqui no próprio espaço, quando tem as feiras o espaço é dividido igualmente para cada cooperada”. “Em feiras como a Mostra Casa Piauí Design, que é uma maneira que nós temos para divulgar os novos trabalhos, que são 10 dias de feira, fazemos uma escala das pessoas que vão ficar responsável pela divulgação do produto. Em feiras fora do estado escolhemos a melhor pessoa que tenha afinidades com vendas para oferecer os produtos”, disse Raimundinha.
A produção artesanal que no início se resumia à confecção de potes e vasos hoje é voltada para a busca de uma identidade local. Hoje, além da argila como matéria-prima, é utilizada a madeira, fibra, argila branca, instrumentos de alumínio na confecção de bijuterias, sendo que toda essa matéria-prima é extraída na própria região. A divulgação das peças, na maioria das vezes, fica por conta dos próprios artesãos. Quando surge a oportunidade de levar esse material para fora do estado à ajuda que conseguem é o transporte que facilita a locomoção das peças.
A busca pela identidade cultural das peças no trabalho de produção é incentivada pelas feiras, a exemplo da Mostra Casa Piauí Design. “A casa Piauí Design deu essa integração entre artesão e arquiteto, com isso agente consegue desenvolver um produto novo porque a cada ano o Sebrae escolhe um tema que dá para o arquiteto trabalhar com uma associação ou cooperativa. Com isso cria-se uma linha de produtos com a cara da região”, disse Raimundinha. Os diversos pólos de produção ajudam nessa divulgação, como o centro de capacitação e tecelagem no bairro Dirceu I. Lá, como no bairro Poti Velho, são desenvolvidos trabalhos artesanais com renda e costura e a divulgação, salvo em período de feiras, fica ao cargo dos próprios produtores.


sábado, 26 de abril de 2008

Puta que pariu. Quem dé uma olhada nos meus recados só vai ver propagenda.....

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Despois de um longo tempo......


Me aguardem.....


Reportagens e matérias sobre nossa Teresina.....


Coisas que ninguém vê ou ouve......


Mas que não ficarão mais no escuro......

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Um conto de Terror...



´´Era tarde demais para que alguem andasse àquela hora da noite por caminhos desconhecidos``
-Boa noite querido.
-Boa, até amanhã mon amour.
Assim me despeço de minha querida amada deixando-a em seus aposentos, e parto para o destino certo, meu lar.
A noite,sempre igual, hoje tinha sua beleza brilhante, a lua iluminava o caminho e meus pensamentos distantes, ajudando-me a rechonhecer aqueles que passavam por mim na rau, um misto de estranhos e vizinhos sorridentes, mas, como nesse caso, a pressa é amiga da perfeição, achei melhor me aventurar por lugares ainda não desbravados na minha estrada, idéia da qual me arrependeria tempos depois.
Deixando o caminho de costume, cortei a estrada na rau dos Sétimos, e me encaminhei pela famosa ´´rua dos trovões``, rua escura e inóspita de ventos frios, e, com o espírito dos cavaleiros medievais, me encorajei de amor pra enfrentar algum problema inesperado que por ventura pudeçe surgir.
Deveria ter imaginado que era demasiado tarde para que alguém andasse àquela hora da noite sozinho e por caminhos desconhecidos, mas, a crença na bondade humana surgia como esperança fugidia, quiçá a sorte estivesse ao meu alcançe e por Deus nada de mal me ocorreçe, porém, a falta de luz consciente e o vago plenilúnio,entrecoberto pelas extensas núvens, não me faziam enganar pois tudo que via era, verdadeiramente, medo e sombras, que me deixavam inquieto de pavor.
Próximo do final da estrada, para sair do pavor, tive de enfrentar o momento mais crítico, seguia calmamente meu percurso quando no canto mais escuro avistei algo, uma sombra,essa parecia ignorar minha presença, pois não moveu um único centímetro, como se estivesse aguardando o momento exato para me atacar, mas continuei meu caminho, só que com os passos mais vagarosos aguardando o momento final, senti aquela velha tontura de medo mas resisti até quando pude.
Num momento de descuido meu a sombra se moveu rapidamente para me observar, e, à luz de um poste consegui identificar a fera, era um burro, um quadrúpede, um asno, que, parado alí para fazer sua refeição abandonou tudo num momento de pavor, sem ligar para nada à sua frente nem ao menos para o meu medo,nesse instante maior do que a fera,e,num jesto de desespero desparou a galope consumido pelo terror.
Fiquei sem ação, a fala não saia e as pernas tremiam, mas de qualquer forma tinha que chegar em casa, e, na certeza da vida que batia em meu peito, criei forças para alcançar meu destino.
Imagine só. Eu, comedo do escuro......

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

LUZ


Dobro a esquina e vejo a luz
Luz qualquer que me conduz
Adianto o passo de luz me faço
Floresce a luz no meu espaço


Me faço sol, estrela e lua
Me faço ver a tua façe
A luz apaga o medo nasce
Até o fim daquela rua


De medo morro e choro
e choro , morro e nasço
e não sei pra onde vou

Adianto o passo de luz me faço
Floresce a luz no meu espaço
Melhor ficar onde estou

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Meu ante-herói de infância...


É bom ser criança, uma das fases da vida que nunca esquecemos.A ingenuiade, a esperança, a falta de preocupções são exemplos dos vários motivos para a felicidade desse glorioso momento. Mas o que mais gostava da minha infâcia eram as representações, isto é, quando encarnava todos os meus heróis, guerreiros, super-heróis com poderes, desenhos animados que me fascinavam tudo que lia e assistia nos meus filmes favoritos. Representava todos. Me armava e corria de uma lado para outro, imaginando ter o poderes, ou, o poder onipotente do meu herói. Tudo isso servia de um espelho que deveria seguir, sonhando, um dia,em me tornar aquela imagem. Só que os tempos são outros e os heróis de hoje mudaram também.O Brasil é um formador de ídolos, mas diferentes,nossas TV´s tem representações de heróis que não são mais moçinhos, e sim, bandidos, nosso cinema atual é o maior formador de heróis anti-heróis. Exemplo: ontem vi crianças brincando de representação, eles, como eu na minha infâcia, imitavam seus heróis, seus heróis do cinema, um bando de traficantes de drogas que empunham suas armas de fogo como troféus,e que, fingindo estarem numa guerra ingênua, degladiavam com um grupo armado epecializado de policiais corruptos, mercenários e que torturavam suas vítimas. Claro que isso não era nada sério, eram apenas crianças imitando seus heróis, estes que muitos apludiram nas telas de cinema. Mas eu não, eu não aceito esses heróis, estragam com minha infâcia sempre que vejo crianças os imitando. Sei que muitos devem pensar: mas essa é a pura verdade, é o nosso mundo atual,a verdade deve ser mostrada. Sei muito bem disso, mas não adimito usarem nossas fraquezas para ganharem dinheiro, e, se continuarmos com os braços cruzados, cada vez mais ficaremos adimirados com os heróis do país. Se não ligarmos para isso daqui um dia estarão escrevendo tele-dramaturgia sobre a vida dos nossos políticos corruptos, ou, filmes de terror sobre nossas falhas na aviação, com um bando de gente morta, ou, trage-comédias da vida pública com cenas de pessoas matando pessoa, pais matando filhos, tiros de um lado para outro e etc, etc, etc... um bando de heróis sensacionalistas. Então o que vai ser? vamos sentarmos nas cadeiras do cinema com nossa pipoca, e ao final do espetáculo rirmos ou chorarmos, aplaudindo, exaltados de emoção, assistindo ao fim da infância de nossas crianças, esperanças do país.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Amor do séc. XXI


Amor não é amor,
nem cor
nemflor
nem dor
é rima das coisas
diversas.

´´CPMF``

Vamos aproveitar esses dias frios,dias comuns, mas sem preocupação. Se voçê que está acostumado ao nosso clima magmático e está incomodado com essa frieza, não do tempo, mas talvez pelo ano ruim que inicia, ou, talvez aquela frieza no estômago quando estamos prestes a desabar na montanha russa, ou melhor, na boca do cano, não se preocupe, primeiro porque não existe reeleição para um terceiro mandato, e basta um pooouuuuuco de paciêcia para se resolver esse problema; segundo que desde cedo um pouco de nós sempre nos foi tirado, a cultura nativa, os direitos dos nossos escravos, a religião afro-descendete, o meu ´´pau-brasil``, o meu dinheiro suado e suju de vergonha, e outras coisas mais, por isso é só fazermos um esforço, um pequeno esforço, e deixarmos de suprir nossas necessidades para darmos à.... .... então, esse suor derramado não vai fazer muita falta, é só você fazer um aperto no cinto com o cuidado de não quebrar a espinha, sei que é difícil, mas é preciso. Depois de tudo isso basta voçê descansar e se não quiser ter o esforço de pagar os salários dos parlamentares, é mais fácil acender uma fogueira,uma dica de Como Por Madeira no Fogo, para acalentar o frio.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

´´Preto e branco``



Dessa vez o caminho não está tão escuro assim, uma mistura de certezas e ilusões representadas pelos portes milimétricamente fincados no chão marcam a estrada e enquanto a vida anda eu não perco a oportunidade de contempla-la.Na luz, um novo obejeto desforme suger sem deixar vestígios, e, logo em seguida a escuridão. Novamente luz e um ser aparece solitário, caído, morto, sonhando, não é possível dizer, pois a escuridão aparece para transformar tudo em lembrança. Mais uma vez luz, e um grupo maior de transeuntes surge e se cruzam, perdidos na imensidão das ruas; Adiante, as sombras, os desejos a solidão.Luz de novo e nova perspectiva, nova visão e as praças cheias de amor;Trevas, e o Deus sozinho, a fé abandonada.Luz e a vontade de chegar em casa;Trevas,e a vontade de deixar a vida em paz.Luz,e as alegrias que fogem,os sorrisos que somem;Trevas, e mesas de jantar vazias, o paladar vazio, o bolso vazio do mendigo...sentado nas cadeiras do transporte público eu vejo, e vejo a vida, mas tento por alguns instantes descobrir o motivo da minha alegria, na última luz que me aparece é a visão da minha infância, quando o mundo era inocente.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008



Ano novo, preguiça nova.

5,4,3,2,1..... pronto.Inicia-se mais um ano e com isso renovam-se as esperanças, desejos e novos sonhos, e isso é bom. Um amigo meu pede saúde, pois é isso que importa de verdade, meus vizinhos desejam as conquistas supérfluas da vida, outros, pedem as melhorias, quem sabe na segurança, quem sabe na educação, quem sabe alguma coisa de que sempre temos dificuldade, enfim, a cada estouro de bomba é um desejo que deve se realizar. Eu estava me preparando para o ano novo, que, na verdade, seria um simples jantar, como qualquer dia do ano, e fique colhendo tudo o que poderia ser feito de melhor em 2008, só que a comida esfria rapidamente e não tenho tempo a perder, mas nesse curto período desejei empregos melhores,salários melhores, políticos melhores, muitas coisas melhores, mas não basta exigir, tem que cumprir, vou tentar pagar as minhas contas no dia exato, saber cobrar aquilo que me é de direito, não sonegar os impostos do governo, pois é consciente de que é só através desses recursos que o país se desenvolve, vou tentar trabalhar melhor, chegar mais cedo. Após todas essas conquistas a comida já tinha acabado, a conta já estava paga e o ano novo começa, por isso tenho que acordar cedo para o trabalho mas.... opa, o primeiro dia do ano é um dia distante, é o dia internacional da paz,talvez por isso seja feriado, por isso vou ficar na cama mais um pouco e curtir a minha preguiça.