terça-feira, 28 de outubro de 2008

Afogando Idéias

É, quem quiser chorar muito e entrar em deprê....está marcado. Dia 31/10 show do Marcela Camelo e sus lamentações. Estamos todos convidados para essa lágrimas...

Carta de um Suicida

Acordei um pouco amargurado essa manhã, pois todos os acontecimentos até então ocorridos na minha vida me levam a crer que sou ninguém. Ontem perdi um amigo, e várias outras coisas. Só quem perdeu fui eu. Mas agora vou esclarecer alguns pontos, para tentar compreender as atribulações da minha vida.
Não lembro (com muita tristeza) das fases da minha infância. Meus pais quando querem recordar essa fase apenas sorriem. De tristeza, gratidão, alívio, saudade, não sei... O importante é o gesto. Quando quero saber das minhas derrotas, eles choram de tristeza, dor ou gratidão, pois tudo foi superado, tudo ficou guardado em algum lugar no pretérito. Recordo que já fui igual aos outros apenas uma vez na vida. Quando senti as mesmas necessidades de alguém, pois é só nesse momento que somos iguais, nas horas de desespero, da morte, das doenças, quando somos humanos frágeis.
E o que posso dizer das pessoas que estiveram ao meu redor todo esse tempo... Mentiram, sorriram, choraram, enfim, diversos momentos perdidos na lembrança. Mas apesar de tudo fico feliz, todas eles cumpriram seu papel de chegarem e irem rapidamente. Isso é a vida. É conhecer o desconhecido, ama-lo profundamente e depois deixa-lo ir. É o curso natural de toda existência. Uma vez chorei pela perda de alguém, e lembro de ter escutado uma voz me pedindo para não desperdiçar todas as minhas lágrimas e angústias, pois esse não seria o primeiro e nem o último momento de perda da minha existência.
Hoje sou grande indefinido; meio bobo e meio adulto, já perdoei e já fui compreendido. Sou alguém que odeia violência, mas que gostaria de bater nos meus medos. Não entendo nada do que os outros dizem, acredito não ser entendido também. Mas tento viver naturalmente, nada melhor que um dia depois do outro, nada melhor que sentir a própria existência.
Nessa manhã acordei um pouco amargurado, mas antes de cometer suicídio, passei pela sala e vi o grande espelho na moldura. Olhei profundamente e fiz todas essas reflexões, sentindo a história da minha vida que passava num desses momentos que antecede a morte. Sou dependente de mim, sou preso a todos que cercam, e as necessidades da vida me fazem de instrumento para a vida dos outros. Bem, voltei para a cozinha e tomei meu café...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Hora certa...

Quando surgem os primeiros raios de sol não sei dizer se é um dia que vem ou manchas de sangue da guerra dos Deuses da noite. Más, na verdade, não existe noite, somente descanso para o corpo e liberdade para a alma (sonhos talvez), mesmo que as torrentes e atribulações venham inquietar minhas mãos. Um cigarro ou trago a mais, não salvam meus pressentimentos da vida, das incertezas, ou coisas que por ventura irei fazer. O melhor é, no momento, não pensar em nada...
A vizinha chora porque o vizinho não quer mais sua companhia. Um pedido de socorro se propaga no silêncio da noite - uma criança sofrendo dos maus da insônia. Talvez um colo possa acalentar esse espírito jovem, mas já tão perturbado pelas necessidades.
Nada é suficiente par essa noite.
Imagino o que pode ter acontecido no outro lado do mundo. Uma catástrofe, um amor vivido intensamente...
Será que aqui as coisas são iguais?
Será que um amor não pode virar uma catástrofe?
Resolvo tentar dormir por alguns segundos. Não dá.....
Melhor é caminhar pelas ruas da cidade.